quinta-feira, 23 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA MPB: a polêmica musical de Noel e Wilson Batista





O famoso duelo musical entre Noël Rosa e Wilson Batista  rendeu muitas músicas que ficaram pra história. A “briga” entre esses grandes sambistas, que já faz mais de 60 anos, é resgatada e revivida em nosso espetáculo musical. Muita gente não entende por que até hoje houve essa “treta”. Tudo começou quando Noël escreveu uma bela canção chamada Rapaz Folgado, depois de ouvir Lenço no Pescoço, em que Wilson Batista se orgulhava de ser vadio.
Na canção Lenço no Pescoço, Wilson fazia apologia à malandragem.  E Noël, por sua vez, não se sentia à vontade por saber que Wilson Batista encarava a palavra malandro como sinônimo de sambista.
Wilson Batista diz: “Meu chapéu do lado, tamanco arrastando…
e Noël Rosa responde: “Deixa de arrastar o teu tamanco, pois tamanco nunca foi sandália…”.
Uma das cenas dessa polêmica musical, que aliás só enriqueceu a MPB, é retratada no espetáculo VIVA NOEL, pelos atores/cantores Heraldo Amaral e Antônio Fábio, um dos pontos altos da peça. Nos próximos posts vamos falar mais desse assunto!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

VIDEOS DE NOEL ROSA

O seguidor do blog poderá conhecer mais da obra musical de NOEL ROSA clicando na barra de ferramentas que fica abaixo desta página, onde figuram os principais vídeos musicais sobre o compositor no YOU TUBE. Postamos aqui COM QUE ROUPA , um vídeo bem legal  Em breve estaremos postando vídeos do espetáculo VIVA NOEL!
http://www.youtube.com/watch?v=rETSGoLBjjk

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO ESPETÁCULO


Heraldo Amaral (diretor musical e ator). Músico, compositor, jornalista, produtor cultural e engenheiro; formado em Gestão e Produção Cultural pelo Circuito Telemig Celular de Cultura; encenou o musical "Viva Noel!" no papel do compositor carioca Noel Rosa, de cuja obra tornou-se especialista, na estreia do espetáculo, em Divinópolis e Itaúna (2003/2004), e, posteriormente, durante a temporada de inauguração do Teatro Municipal Usina Gravatá, em Divinópolis (2007); empreendeu, produziu e lançou o CD do duo Os Caras, incentivado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Divinópolis (2004); o duo, formado em parceria com o cantor, compositor e instrumentista Jubah, fez shows com Vander Lee e Túlio Mourão em Belo Horizonte, e acompanhou o Ciruito Comida di Buteco em shows por São João del Rei, Montes Claros, Poços de Caldas, Divinópolis, Diamantina, Belo Horizonte e São Paulo, onde dividiram o palco com Chico Lobo, Zeca Baleiro, Maria Rita e Paulinho da Viola, entre outros (2004/2005); assessor cultural e coordenador do Núcleo de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Divinópolis (desde 2005); coordenador-geral do projeto Formação de Agentes Culturais Juvenis e responsável técnico pelo projeto Circo Comunidade, Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura (desde 2005); participou como intérprete dos discos "Cláudio Nucci" e "Melhor de Três", do cantor e compositor Cláudio Nucci, quando trabalhou ao lado de Nana Caymmi, Toninho Horta, Wagner Tiso, Luiz Alves e Zé Renato, entre outros (Rio de Janeiro, 1981/84); músico da Orquestra de Cordas Brasileiras – prêmio Sharp de revelação da música instrumental em 1990, concorrendo com trabalhos de Léo Gandelman e Cama de Gato –, regida por Henrique Cazes, acompanhando solistas do porte de Hermeto Paschoal, Paulo Moura e Carlos Malta (Rio de Janeiro, 1991/9 3).

Otávio Paiva (autor e produtor). Engenheiro, autor e produtor teatral, crítico de cinema, professor e jornalista, co-fundador e membro do conselho editorial da Coleção Dazibao (1980). que em 29 anos editou várias revistas, cartões, maganizes e jornais, em Divinópolis e outras grandes cidades; ex-diretor da Fundação Municipal de Cultura e do Teatro Municipal Usina Gravatá, em Divinópolis; produtor e autor do musical “Viva Noel!” em parceria com Osvaldo André de Melo; escreveu a coluna cultural “Antena Parabólica” no jornal "A Semana" de 1988 a 1999; escreve semanalmente, desde 2005, a coluna “O Cinema Falado” no Jornal Agora.

Marcos Alves (diretor cênico e ator). Formado em Comunicação Social (2005) e teatro (2009). Dramaturgo, diretor, ator, cenógrafo, iluminador e operador de luz, tem vasta formação técnica em artes cênicas. Dirigiu inúmeras montagens, dentre as quais destacam-se “Fulaninha e Dona Coisa” (2005); “O Fantástico Mistério de Feiurinha” (2005); “Sonho de Uma Noite de Verão”, “ O Sorriso de Pedra”, “A Bruxinha que Era Boa” e “ No Natal a Gente Vem te Buscar” (2004).

Eugênio Guimarães (produtor executivo). Formado em sociologia, jornalista e editor, produtor e promotor cultural. Ex-secretário de Cultura da Prefeitura Municipal de Divinópolis; idealizador do projeto Festival da Primavera de Arte e Cultura de Divinópolis; promotor e produtor dos eventos: shows de Sá, Rodrix & Guarabyra e Beto Guedes; co-autor do projeto e produtor do evento Natureza e Cura, em Divinópolis; secretário de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Divinópolis (1996/1999); idealizador do projeto cultural itinerante Circo do Povo, ainda em atividade na Prefeitura local; editor e proprietário do jornal A Semana, primeiro jornal da região a ser impresso em offset (1985/1990); chefe da Divisão de Jornalismo da Prefeitura Municipal de Divinópolis; foi um dos criadores do jornal cultural Agente (1981/1984); fundador da Rádio Divinópolis e do programa Expansão Cultural; pesquisador do projeto Pró-Cultura, do MEC, em Divinópolis (1981); produtor e roteirista do documentário “Candongueiro”, que retrata as origens do Reinado em Minas Gerais, a manifestação dessa tradição em Divinópolis e a coroação de Milton Nascimento como Rei Congo (1998); articulador da vinda a Divinópolis do ministro da Cultura, Gilberto Gil, para participar da festa do Reinado, quando foi coroado Rei dos Congos (2005).

Arilda Drumond (figurinista e maquiadora). Possui graduação em Administração com habilitação em Marketing (2009) e atuação profissional como administradora de empresas, fotógrafa publicitária, maquiadora, modelo profissional. Cursa mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais, onde estuda as relações entre moda, etiqueta e formação empresarial. Atualmente é proprietária do Studio de Fotografia e Marketing. Tem experiência nas áreas de fotografia, arte, moda e marketing. Atua como maquiadora do espetáculo “Viva Noel!” desde a sua estréia, em 2003.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Biografia de Noel Rosa

Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11/12/1910 — Rio de Janeiro, 4/05/1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só o samba, mas a história da música popular brasileira.
Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil para sua mãe, em que o uso do fórcepsuma,  feita pelo médico, causou-lhe um afundamento da mandíbula que o marcou pela vida toda. Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.
Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Toada do Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci, a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principelmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes, ela o compensava com noites inesquecíveis de amor. Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Martha engravidou, mais sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado. Faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou Lindaura viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram dele até o fim.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO


Ficha técnica do espetáculo “Viva Noel!”:
- Texto/pesquisa: Otávio Paiva e Osvaldo André de Melo.
- Gestão de projeto e coordenação geral: Instituto Gravatá.
- Direção musical: Heraldo Amaral e Renato Saldanha.
- Direção cênica e cenografia: Marcos Alves.
- Maquiagem e figurinos: Arilda Drumond.
- Coreografia: Cláudio Machado.
- Elenco: Analice Leopoldina, Antônio Fábio, Cassiana Mara, Juvenal Bernardes, Daniel Rodrigues, Flávia Simão, Heraldo Amaral, Marco Antônio Clementino, Marcos Alves, Michelly Eustáquia, Paulo Bocca.
- Músicos (trilha sonora): Renato Saldanha (cordas), Vagner Faria (baixo), Aulus Mourão (teclado), Edivaldo Ilzo e Daniel Penido (percussão).
- Iluminação: Marcelo Brito
- Sonorização: Fábio Som.
- Produção: Eugênio Guimarães e Otávio Paiva.
- Duração: 1h15min.
- Gênero: Espetáculo cênico-musical.
- Classificação: 10 (dez) anos.
- Curadoria: Instituto Gravatá                                                           


HOMENAGEM AO ETERNO NOEL ROSA


O espetáculo cênico-musical "Viva Noel!" apresenta 29 músicas, dentre as quais estão alguns dos maiores sucessos do genial compositor carioca Noel Rosa, cantadas por atores que incorporam Noel e os cantores, cantoras, parceiros e amores que marcaram sua vida e obra – Carmem Miranda, Aracy de Almeida, Marília Batista, Francisco Alves, Mário Lago, Ceci –, em cenas interligadas pela aparição de dois personagens – Bonifácio e Albuquerque – criados pelo próprio Noel para programas de rádio, que comentam assuntos triviais da época. Também são encenados no espetáculo: a famosa polêmica entre Noel Rosa e Wilson Baptista; um trecho da opereta “A noiva do Condutor” (parceria com o compositor húngaro Arnold Gluckmann em que Noel assina o libreto e várias músicas); e um tributo a Madame Satã. A montagem do espetáculo é um trabalho coletivo integralmente criado e encenado por artistas de Divinópolis (MG), que deu vida ao roteiro ambientado no Rio de Janeiro e desenvolvido entre dois tempos: o ano de 1930, período em que Noel emplaca seu primeiro sucesso ("Com que roupa"); e a morte do compositor, em 4 de maio de 1937 (completaria 27 anos em 10 de dezembro), poucos meses antes da instauração da ditadura getulista do Estado Novo.